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1° Guia completo-Parte Final

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Mensagem por Admin Sáb Dez 27, 2014 1:20 pm

Olá a todos, última parte(finalmente) do 1° Guia Completo de Iluminação.

A Iluminação Cênica como Elemento Modificador
A luz tem a capacidade de mudar a aparência das coisas. Uma paisagem vista num dia ensolarado pode parecer brilhante, cheia de contrastes fortes e tonalidades diferentes, no entanto esta mesma paisagem vista em um dia nublado apresenta características completamente diferentes. O mesmo acontece com a iluminação artificial em ambientes internos, onde lâmpadas utilizadas apresentam índice de reprodução de cor e temperaturas diferentes, assim como a posição de luminárias e quantidade de luz aplicada no palco, podendo torná-lo quente, frio, aconchegante ou impessoal.Além de modificar a aparência física dos objetos e dos ambientes que ilumina, a luz tem também o poder de agir sobre as pessoas, alterando seu estado de espírito, seu humor, através das impressões psicológicas que causa.As pessoas, os objetos e principalmente os lugares são vistos de modo diferente, dependendo do tipo de luz que recebem (fig. 3.1 a 3.7). Se na vida real observamos esse duplo papel da luz, agindo sobre a aparência física dos elementos por ela iluminados e, causando as mais variadas reações psicológicas nas pessoas, no teatro, a importância da luz é ainda maior.A iluminação cênica é planejada com a finalidade de causar envolvimento e provocar impressão psicológica aos espectadores. A começar pelo tipo de lâmpada empregada. Um espetáculo a luz de velas causa uma impressão completamente diferente de espetáculo iluminado com lâmpadas halógenas, em conseqüência do tipo de luz emitida. A mesma cena é vista então sob claridades diferentes despertando as mais diversas reações.Quando se ilumina um objeto com uma luz incidente, mas que não ilumina por igual todos os lados do seu corpo, estabelece-se diferenças entre os lados mais iluminados e os que recebem menos quantidade de luz, essa diferença denomina-se contraste de iluminação. Através deste contraste modificam-se os objetos iluminados, dá-se a estes formas aparentemente diferentes e possibilitando também a criação de cenas diferenciadas. Iluminando o mesmo objeto estático de diferentes ângulos e de forma seqüenciada, pode-se dar a este a aparência de estar em movimento. Lembrando ainda da utilização de cores, que auxiliam a iluminação cênica e criam diversas atmosferas, cenas iluminadas com cores diferentes, podem retratar aparentemente situações térmicas distintas

Objetos de Cena e Suas Características
A luz reinventa o objeto, como ele estivesse sendo visto pela primeira vez. Revela sua configuração, materialidade, textura; realça os contornos, as dobras, as, curvas, as ondulações, o arredondamento, largura, espessura, profundidade, cor, peso, brilho e transparência. O espectador, mesmo sem sair do lugar, pode ter uma impressão visual completa dos objetos, como se os estivesse vendo sob todos os ângulos. Uma simples mesa, sem a menor importância perceptiva, pode transformar-se num objeto interessante e admirável.A luz possui uma participação fundamental na visualidade dos elementos cênicos, porém se o artista da luz não levar em consideração os demais elementos expressivos que compõe esse todo, corre risco de desarmonizar o encontro estético entre eles.A cenografia, os objetos, os atores, os figurinos, o palco, na sua tonalidade visual, possuem uma claridade local inerente a ele próprio. Uma luz ambiente, aparentemente uniforme, revela que alguns objetos são mais claros e outros mais escuros, tornando evidente as características destes objetos (fig. 3.10 e 3.11).A iluminação rege os elementos visuais do palco, determinando a importância de cada um destes e revelando sua plasticidade. A cenografia, os figurinos e os objetos de cena e principalmente os atores com seus gestos e expressões que adquirem destaque e importância ao receberem luz.

Aplicação de Cores
A cor faz parte da simbologia e do imaginário do ser humano, mas, sem luz é impossível compreendê-la, no escuro as cores não podem ser observadas. A qualidade e a quantidade da luz utilizada, responsável por projetar uma determinada luz colorida, influi diretamente no reconhecimento e resultado da cor sobre os objetos.A utilização das cores na iluminação cênica, além de mostrar diferença nos objetos iluminados, traz também diferentes emoções. A aplicação de outras cores às mesmas cenas apresentadas, aos olhos de seus espectadores, é capaz de trazer sensações de diferentes temperaturas (fig. 3.12).O estudo das cores é extremamente importante na composição plástica dos espetáculos, a luz influência o restante dos elementos cênicos, alterando sua composição.Para obter o resultado da “luz colorida” como na figura acima, podem ser utilizadas lâmpadas que apresentam seu bulbo já colorido, filtros de vidro, cristal e material plástico de diferentes cores, mas, na iluminação cênica principalmente em ambientes fechados, são utilizadas folhas de gelatinasF1F, que apresentam uma infinidade de cores e que podem ser aplicadas a muitos modelos de refletores e projetores, apresentando resultados eficientes e diferenciados.Hamilton Saraiva, em tese, comenta:“As cores na iluminação, interferem na leitura emocional de cenas apresentadas. As cores podem criar uma linguagem própria e, ainda, ajudar ou prejudicar o resultado final de uma cena ou peça teatral, consoante o uso apropriado ou impróprio dos matizes, com relação ao sentimento almejado, pelo criador, por parte da platéia.”Hamilton SaraivaF2F, em sua obra cita:“Quando Leone de Sommi, em 1565 ou 1566 em seu livro Quatro Dialoghi in Materia di Representazioni Sceniche, sugere que “estaria melhor a comédia com a iluminação colorida e o drama com a luz branca”, já havia uma relação entre a cor e os gêneros dramáticos pretendidos. Estas relações primárias entre as cores da natureza e o nosso sistema sensorial são alguns princípios que nos interessam para um estudo com as cores nas luzes”. Ricardo KosovskiF3F

Criação de atmosferas
As pessoas, os objetos e principalmente os lugares são vistos de modo diferente dependendo do tipo de luz que recebem, no caso deste estudo; os espetáculos teatrais e seus objetos de cena. Em muitos casos selecionamos ambientes que iremos freqüentar de acordo com a iluminação deste, às vezes sem percebermos. Uma iluminação aconchegante torna um ambiente mais agradável. Os estudos de iluminação ambiental mostram a importância e o poder da luz na divisão dos espaços, na criação de compartimentos, na sugestão de profundidade, altura, extensão, no destaque dos objetos, no contraste de tons, na valorização dos detalhes, texturas, volume, transparência e brilho. A noção de proximidade e distância também está relacionada com a luz. Focos fechados são concentradores e aproximativos; cores frias e tonalidades escuras atuam como distanciadores; luz frontal produz achatamento; luz vertical dá sombra no rosto; luz balanceada produz naturalidade; enfim, a luz tem a capacidade de mudar as aparências. Se sem ela não há espetáculo, podemos dizer que com ela, o espetáculo muda muito, condicionando os olhos a enxergarem apenas aquilo que está sendo iluminado e de maneira “como” está sendo iluminado.

A importância da sombra na iluminação
As sombras trazem profundidade aos objetos iluminados e textura, dependendo da iluminação elas podem ter cor.No momento em que os iluminadores fazem seu trabalho de iluminação, eles são responsáveis por resultados opostos luzes e sombras. Ao escolher as áreas que devem iluminar, devem preocupar-se também com as áreas que não querem que sejam iluminadas. Então, escolhido o tipo de luz, deve-se escolher também o tipo de sombra que será criada, pois ao se projetar à luz a um objeto, se produzirá um outro efeito que deve ser bastante observado; a sombra (fig. 3.15).Quando a luz, encontra obstáculos na superfície, criam-se locais com queda de luminância que são percebidos pela nossa retina; as sombras, sem elas não perceberíamos o volume dos objetos. Existem tipos de sombras diferentes.Leonardo da Vinci já no século XVI, havia diferenciado os três tipos de sombra, que o americano Michael BaxandallF4F classificou como: sombra projetada, auto-sombra, e sombreamento. Todos os objetos ganham volume ao combinar em graus diferentes essas formas de sombras.A sombra projetada é causada por um obstáculo entre uma superfície e uma fonte de luz. Por exemplo, quando se afina um foco em determinado ator, tem-se a sombra dele no palco. Aqui, o ator seria o obstáculo que causaria a sombra no piso do palco .A auto-sombra é aquela de uma superfície que fica fora do alcance do facho de luz. Em um contra-luz , iluminação posicionada por detrás do objeto a ser iluminado, o rosto do ator está em situação de auto-sombra. A sombra projetada é mais escura que a auto-sombra, pois, a contraluz haverá sempre um pouco de reflexo da luz rebatida do chão, no rosto do ator. Já o sombreamento se dá pelo ângulo que a luz forma com a superfície a ser iluminada.

Estudo das cores
DOS ESPETÁCULOS: SEUS EFEITOS SOBRE OS OBJETOS DE CENA .
Cor é como o olho (dos seres vivos animais) interpreta a reemissão da luz vinda de um objeto que foi emitida por uma fonte luminosa por meio de ondas eletromagnéticas; e que corresponde à parte do espectro eletromagnético que é visível (380 a 700 nanômetros – 4,3×10^14Hz a 7,5×10^14 Hz). A Cor não é um fenômeno físico. Um mesmo comprimento de onda pode ser percebido diferentemente por diferentes pessoas, ou seja, cor é um fenômeno subjetivo e individual.

Espectro visível

Os comprimentos de onda visíveis se encontram entre 380 e 750 nanômetros, ou as frequencias entre 4,3×10^14Hz a 7,5×10^14 Hz. Ondas mais curtas (ou com maiores frequencias) abrigam o ultravioleta, os raios-X e os raios gama. Ondas mais longas (com menores frequencias) contêm o infravermelho, o calor, as microondas e as ondas de rádio e televisão. O aumento de intensidade pode tornar perceptíveis ondas até então invisíveis, tornando os limites do espectro visível algo elástico. A cor é o que nos servimos para colorir. A cor é o que faz o mundo não ser preto e branc. A cor é muito importante. =)

O olho humano
O olho humano é um mecanismo complexo desenvolvido para a percepção de luz e cor. É composto basicamente por uma lente e uma superfície fotossensível dentro de uma câmera, grosseiramente comparando a uma máquina fotográfica.A córnea e a lente ocular formam uma lente composta cuja função é focar os estímulos luminosos. A íris (parte externa colorida) é fotossensível e comanda a abertura e fechamento da pupila da mesma maneira que um obturador. O interior da íris e da coróide é coberto por um pigmento preto que evita que a luz refletida se espalhe pelo interior dos olhos.O interior dos olhos e coberta pela retina, uma superfície não maior que uma moeda de um real e da espessura de uma folha de papel. Neste ponto do processo da visão, o olho deixa de se assemelhar a uma máquina fotográfica e passa a agir mais como um scanner. A retina é composta por milhões de células altamente especializadas que captam e processam informação visual a ser interpretada pelo cérebro. A fóvea, no centro visual do olho, é rica em cones, um dos dois tipos de células fotorreceptoras. O outro tipo, o bastonete, se espalha pelo resto da retina. Os cones, segundo a teoria tricromática (teoria de Young-Helmholtz), são responsáveis pela captação da informação luminosa vinda da luz do dia, das cores e do contraste. Os bastonetes são adaptados à luz noturna e à penumbra.As cores percebidas pelo olho humano dividem-se em três tipos e respondem preferencialmente a comprimentos de ondas diferentes. Temos cones sensíveis aos azuis e violetas, aos verdes e amarelos, e aos vermelhos e laranjas. Aos primeiros se dá o nome de B (blue/azul), aos segundos G (green/verde) e aos últimos R (red/vermelho).Os cones são distribuídos de forma desequilibrada sobre a retina. 94% são do tipo R e G, enquanto apenas 6% são do tipo B. Esta aparente distorção é de fato uma adaptação evolutiva. A presença de um terceiro cone é uma característica dos primatas. Os demais mamíferos contam com apenas dois cones. O terceiro cone que desenvolvemos, além de dar mais informação sobre cores, traz fundamentalmente uma melhoria na percepção de contrastes. Isto proporcionou aos primatas uma vantagem na competição por alimentos e na vida nas copas das árvores.

Sistemas de Cores
Os sistemas de cores são tentativas de organizar informações sobre a percepção cromática humana. Pode-se tipificá-los como sistemas de Síntese Aditiva, onde a cor é percebida diretamente a partir da fonte luminosa; ou de Síntese Subtrativa nos quais a cor é percebida a partir do reflexo da luz sobre uma superfície.

Sistemas Pictóricos
Também conhecidos por sistemas de Síntese Subtrativa, os principais são os que tentam determinar as cores primárias para impressão gráfica ou para as belas artes. Cores primárias seriam um número mínimo de pigmentos a partir dos quais se poderiam obter as demais cores.O sistema clássico é o utilizado em belas artes, que utiliza como cores primárias o vermelho, azul e amarelo (conhecido também por sua sigla em inglês RYB). Na pintura acadêmica clássica teoricamente as demais cores poderiam ser obtidas através destes pigmentos.Atualmente as artes gráficas utilizam o sistema CMYK (Ciano, Magenta, Amarelo e Preto). O sistema é baseado nas cores primárias propostas por Goethe (púrpura, azul-celeste, amarelo) – convertidas em CMY (ciano, magenta e amarelo) – e que foi padronizado pela DIN com a adição do preto (K) para destacar as sombras, sendo o branco do papel responsável pela ilusão impressa da luz.A Pantone possui o mais conceituado sistema para cores exatas e também possui um sistema baseado em seis cores primárias, chamado de Pantone Hexachrome.Um método bastante utilizado para organizar as cores são a chamadas rodas de cores. Podem representar qualquer sistema de cor. A mais famosa delas é a Roda de Oswald baseada no sistema RBY utilizado nas belas artes. O sistema de Chevreul propõe uma esfera onde as matizes e tons estão representadas no equador e um eixo vertical indica o brilho e saturação. Outro exemplo é o sistema esférico de Otto Runge.

Sistemas de Luz
Também chamados de sistemas de Síntese Aditiva, os sistemas aditivos são utilizados principalmente em luminotécnica e em equipamentos de cine-foto e eletrônicos. O mais utilizado é o sistema RGB (vermelho, verde e azul). Pode-se destacar também os sistemas HSB (matiz, saturação e brilho), HLS e Lab.

Psicologia e Fisiologia da Cor
Uma vez de se tratar não de uma propriedade do objeto, mas de um elemento perceptivo, a cor tem uma séria de implicações na Psicologia.Dessa Forma, a percepção da cor pode causar uma série de sensações, de acordo com cada cultura, que costuma ser muito explorada pela publicidade. A cultura ocidental faz associar, por exemplo, o verde a esperança, o vermelho à fome, o púrpura ao luxo e o roxo ao luto.A Gestalt (psicologia da forma) também se preocupou com a percepção das cores.

Constância da Cor
O fenômeno/fenómeno da constância da cor faz com que as superfícies pareçam manter aproximadamente a mesma cor sob diferentes iluminações. O sistema nervoso aparentemente extrai aquilo que é invariante sob as mudanças de iluminação. Embora a radiação luminosa mude, nossa mente mantém os padrões sob a luz branca, agrupa-os e classifica-os como se fossem sempre os mesmos.

História da Teoria da Cor
Aristóteles
A mais antiga teoria sobre cores que se tem notícia é de autoria do filósofo grego Aristóteles. Aristóteles concluiu que as cores eram uma propriedade dos objetos. Assim como peso, material, textura, eles tinham cores. E, pautado pela mágica dos números, disse que eram em número de seis, o vermelho, o verde, azul, amarelo, branco e preto.

Idade média
O estudo de cores sempre foi influenciado por aspectos psicológicos e culturais. O poeta medieval Plínio certa vez teorizou que as três cores básicas seriam o vermelho vivo, o ametista e uma outra que chamou de conchífera. O amarelo foi excluído desta lista por estar associado a mulheres, pois era usado no véu nupcial.

Renascença
Na renascença a natureza das cores foi estudada pelos artistas.

Leon Battista Alberti
Leon Battista Alberti, um discípulo de Brunelleschi, diria que seriam quatro as mais importantes, o vermelho, verde, azul e o cinza- as cores em número de quatro estão relacionadas aos quatro elementos (Fogo-vermelho; Ar-Azul; Água-verde; Terra-Cinza (como escreve em sua obra “De Pictura“) . Essa visão reflete os seus gostos na tela. Alberti é contemporâneo de Leonardo da Vinci, e teve influencia sobre ele.

Leonardo da Vinci
Leonardo da Vinci reuniu anotações para dois livros distintos e seus escritos foram posteriormente reunidos em um só livro intitulado Tratado da pintura e da paisagem. Ele se oporia a Aristóteles ao afirmar que a cor não era uma propriedade dos objetos, mas da luz. Havia uma concordância ao afirmar que todas as outras cores poderiam se formar a partir do vermelho, verde, azul e amarelo. Afirma ainda que o branco e o preto não são cores mas extremos da luz. Da Vinci foi o primeiro a observar que a sombra pode ser colorida, pesquisar a visão estereoscópica e mesmo tentou construir um fotômetro.

Isaac Newton
Newton acreditava na teoria corpuscular da luz tendo grandes desavenças com Huygens que acreditava na teoria ondulatória. Posteriormente, provou-se que a teoria de Newton não explicava satisfatoriamente o fenômeno da cor. Mas sua teoria foi mais aceita devido ao seu grande reconhecimento pela gravitação. Apesar disso, Newton fez importantes experimentos sobre a decomposição da luz com prismas e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula de luz.O físico, inglês, Isaac Newton (1642-1727) realizou vários experimentos ao longo dos anos e revolucionou os conhecimentos sobre a luz. Em 1666, na feira de Woolsthorpe, comprou um prisma de vidro (vidro triangular – um peso de papel) e observou em seu quarto, como um raio de sol da janela se decompunha ao atravessar o prisma, sua atenção foi atraída pelas cores do espectro, onde um papel no caminho da luz que emergia do prisma aparecia às sete cores do espectro, em raios sucessivos: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul anil e o violeta. Desta maneira ele produziu seu pequeno arco-íris artificial. Rocha (2002, p. 219), relembra que Newton em seu livro Philosophical Transactions (1672), por meio de uma carta ao Editor de Cambridge para ser comunicada à R. Society, concluiu sua teoria comunicando:“Para cumprir minha promessa anterior, devo sem mais cerimônias adicionais informar-lhe que no começo do ano de 1666 (época que me dedicava a polir vidros óptico de formas diferente da esférica), obtive um prisma de vidro retangular para tentar observar com ele o celebre fenômeno das cores. Para este fim, tendo escurecido meu quarto e feito um pequeno buraco na minha janela para deixar passar uma quantidade conveniente de luz do Sol, coloquei o meu prisma em uma entrada para que ela [a luz] pudesse ser assim refratada para a parede oposta. Isso era inicialmente um divertimento muito prazeroso: ver todas as cores vividas e intensamente assim produzidas, mas depois de um tempo dedicando-me a considerá-las mais seriamente, fiquei surpreso por vê-las…”Em seguida, Newton repetiu a experiência com todas as raias correspondentes às sete cores, mas elas permaneciam simples. Desta forma ele concluiu que a luz branca é composta por todas as cores do espectro e provou isso reunindo as raias coloridas mediante a uma lente, obtendo, em seu foco, a luz branca. E mais adiante Rocha (2002, p. 220) destaca que em seu livro Philosophical Transactions (1672), Newton afirmou:“Cores não são qualificações da luz derivadas de refração ou reflexões dos corpos naturais (como é geralmente acreditado), mas propriedades originais e inatas que são diferentes nos diversos raios. Alguns raios são dispositivos a exibir uma cor vermelha e nenhuma outra; alguns uma amarela e nenhuma outra, alguns uma verde e nenhuma outra e assim por diante. Nem há apenas raios próprios e particulares para as cores mais importantes, mas mesmo para todas as cores intermediárias.”Rocha (2002, p. 221) diz que o espectro não mostra cores nitidamente limitadas. Newton também teve a idéia de estabelecer relações entre elas e os sons da escala musical, dividindo as infinitas cores do espectro em sete grupos de cores: (todos os graus de) vermelho, laranja, verde, azul anil e violeta. Ainda hoje, é comum a divisão do espectro em sete cores é arbitraria. A distinção entre azul e anil é forçada desse número sete. Como não temos um critério preciso para definir determinada cor, é desnecessária a preocupação com o número e a denominação das cores do arco-íris. Depois, através de um dispositivo dividindo em sete cores, cada uma dos quais pintando com uma das cores do espectro, que ao girar rapidamente, as cores se superpõem sobre a retina do olho do observador, dando a sensação do branco, conhecido como o Disco de Newton. No mesmo artigo Newton escreve:“…a observação experimental do fenômeno inverso ao da dispersão das cores do espectro pelo prisma: Mas a composição surpreendente e maravilhosa foi aquela da brancura. Não há nenhum tipo de raio que sozinho possa exibi-la. Ela é sempre composta… Frequentemente tenho observado que fazendo convergir todas as cores do prisma e sendo desse modo novamente misturadas como estavam na luz inteiramente e perfeitamente branca…”Notamos que a luz se propaga em forma de variações transversais e atravessam com menor ou maior facilidade, todas as substancias chamadas transparentes. Para Neto (1980), luz é a designação que recebe a radiação eletromagnética que ao penetrar no olho humano, acarreta uma sensação de claridade sendo ela responsável pelo transporte de todas as informações visuais que recebemos. Explica Rocha (2002, p. 221) que para Newton a luz é composta por corpos luminosos, que chega até aos olhos do observador e produz a sensação de luminosidade, como a emissão, por parte de pequenas partículas e diz:“Disso, portanto vem que a brancura é a cor usual da luz, pois a luz é um agregado confuso de raios dotados de todos os tipos de cores, como elas [as cores] são promiscuamente lançadas dos corpos luminosos.”Com essa teoria chamada Teoria corpuscular da escuridão, ele não inventou o telescópio refletor – que causa aberrações cromáticas, emprega um espelho côncavo, que reflete a luz. Certamente já vimos isso acontecer: por um pedaço de vidro, um aquário ou algo de gênero que produz faixas coloridas, como um CD qualquer, verá os reflexos produzidos que variam uma gama de cores vivas. As gotas de chuva tem o mesmo efeito, na fronteira do ar com a água, a luz é refratada e os diferentes comprimentos de onde que formam a luz do Sol são inclinados em diferentes ângulos, como no prisma de Newton, no interior das gotas passam, as cores desdobram, ate atingirem a parede côncava do outro lado e assim são refletidas de volta e para baixo, saindo da gota de chuva. A cor, portanto, pode ser considerada uma sensação ou efeito fisiológico que produz cada um destes elementos dispersos que constituem a luz branca.

Le Blon
Ainda no século XVIII, um impressor chamado Le Blon testou diversos pigmentos até chegar aos três básicos para impressão: o vermelho, verde e azul.

Goethe
No século XIX o poeta Goethe se apaixonou pela questão da cor e passou trinta anos tentando terminar o que considerava sua obra máxima: um tratado sobre as cores que poria abaixo a teoria de Newton.A principal objeção de Goethe a Newton era de que a luz branca não podia ser constituída por cores, cada uma delas mais escura que o branco. Assim ele defendia a idéia das cores serem resultado da interação da luz com a “não luz” ou a escuridão.Por exemplo, o experimento da luz decomposta em cores ao passar por um prisma foi explicado por ele como um efeito do meio translúcido (o vidro) enfraquecendo a luz branca. O amarelo seria a impressão produzida no olho pela luz branca vinda em nossa direção através de um meio translúcido. O sol e a lua parecem amarelados por sua luz passar pela atmosfera até chegar a nós. Já o azul seria o resultado da fuga da luz de nós até a escuridão. O céu é azul porque a luz refletida na terra volta em direção ao espaço negro através da atmosfera. Da mesma forma o mar, onde a luz penetra alguns metros em direção ao fundo escuro. Ou as montanhas ao longe que parecem azuladas. O verde seria a neutralização do azul e do amarelo. Como no mar raso ou numa piscina, onde a luz refletida no fundo vem em nossa direção (amarelo) ao mesmo tempo que vai do sol em direção ao fundo (azul). A intensificação do azul, ou seja a luz muito enfraquecida ao ir em direção à escuridão torna-se violeta, do mesmo modo que o amarelo intensificado, como o sol nascente, mais fraco, e tendo que passar por um percurso maior de atmosfera até nosso olho fica avermelhado.A interpretação do arco íris é assim modificada. Os dois extremos tendem ao vermelho, que representa o enfraquecimento máximo da luz.E ele realmente descobriu aspectos que Newton ignorara sobre a fisiologia e psicologia da cor. Observou a retenção das cores na retina, a tendência do olho humano em ver nas bordas de uma cor complementar, notou que objetos brancos sempre parecem maiores do que negros.Também reinterpretou as cores, pigmentos de Le Blon, renomeando-os púrpura, amarelo e azul claro, se aproximando com muita precisão das atuais tintas magenta, amarelo e ciano utilizadas em impressão industrial.Porém as observações de Goethe em nada feriram a teoria de Newton, parte devido ao enorme prestígio do físico inglês, e parte porque suas explicações para os fenômenos eram muitas vezes insatisfatórias e ele não propunha nenhum método científico para provar suas teses. Sua publicação “A teoria das cores” caiu em descrédito na comunidade científica, não despertou interesse entre os artistas e era deveras complexo para leigos.Suas observações foram resgatadas no início do século XX pelos estudiosos da gestalt e sobre pintores modernos como Paul Klee e Kandinsky.Atualmente, o estudo da teoria das cores nas universidades se divide em três matérias com as mesmas características que Goethe propunha para cores: a cor física (óptica física), a cor fisiológica (óptica fisiológica) e a cor química (óptica fisico-química).O conteúdo é basicamente a teoria de Newton acrescida de observações modernas sobre ondas. Os estudos de Goethe ainda podem ser encontrados em livros de psicologia, arte e mesmo livros infanto-juvenis que apresentam ilusões de óptica.
FONTE:lucasamado.wordpress.com
Então é isso pessoal, fim da série ''1°Guia para Iluminadores''. Nos vemos na próxima.

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