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Estética Teatral e Teoria da Recepção

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Estética Teatral e Teoria da Recepção Empty Estética Teatral e Teoria da Recepção

Mensagem por Admin Sex Dez 26, 2014 2:14 pm

Dentro dos estudos teatrais, podemos observar que a estética se afirma como abordagem de fronteira no campo das artes cênicas, ao reunir as formas de pensar da filosofia, da fenomenologia e da teoria do teatro. Com base nos estudos de Hans-Robert Jauss e Wolfgang Iser, integrantes da Escola de Constança, o autor propõe a redefinição de estética teatral, investigando o fenômeno da concretização espectatorial. Para tanto, toma emprestado os mesmos conceitos da teoria literária, indo adiante na construção de uma teoria estética que abranja a recepção no teatro. Apesar de o objetivo do estudo ser a recepção teatral, a criação artística jamais é esquecida, pois acreditar que tudo fica a cargo do espectador seria incorrer no mesmo erro que, durante séculos, gerou os estudos apenas do ponto de vista da dramaturgia e da encenação. A investigação compõe-se de seis capítulos. Na parte inicial intitulada Da aisthesis à estética teatral, o autor propõe-se a realizar uma apresentação à estética teatral. Primeiramente, a aisthesis é fundamentada pelo ponto de vista filosófico, abordando, Aristóteles e sua Arte Poética. A segunda parte de capítulo apresenta um apanhado geral sobre estética teatral, de como o homem recebe as sensações e de como se forma o conhecimento sensível, considerando o teatro não apenas como arte literária, mas tratando da especificidade da cena. Mostra como alguns grandes encenadores (Konstantin Stanislavski, Gordon Craig, Bertolt Brecht e etc) sintetizaram suas experiências com teorias e métodos, suscitando mais teorias, as quais por sua vez, passaram a gerar e estimular novas práticas teatrais em todo mundo.
     O capítulo denominado Estudos teatrais e estética da recepção, oportuniza ao leitor o conhecimento dos conceitos fundamentais que fazem parte dos métodos de análise de alguns dos autores que, em meio aos seus extensos trabalhos, tratam da recepção no teatro. Após reconhecer o impacto que os teóricos da estética da recepção proporcionou aos estudos teatrais, o texto apresenta as principais teorias deste campo, tais como Anne Ubersfeld, Patrice Pavis, André Helbo e Marco De Marinis. Em Poiesis ou produção de sentidos, o autor procura especificar a natureza da poiesis, não apenas como parte da produção do espetáculo, mas como concretização do espectador. Nesta parte, o leitor percebe desde o início que, ao tratar do teatro contemporâneo, o cotejo com a poética de Aristóteles serve como modelo para a devida comparação com a prática atual do teatro, forma que recebe o mesmo tratamento ao longo de todo o trabalho. Nos dias de hoje, na dramaturgia moderna e pós-moderna, o conceito de reconhecimento empregado pela dramaturgia clássica cede lugar, em função da diluição da fábula e da desconstrução de sentidos, para outro ipo de reconhecimento, o do espectador. É através deste horizonte de expectativa que o espectador se torna co-autor da obra, ao preencher as lacunas proporcionadas no ato da leitura. Além disso, é examinado de que forma estão presentes, no gênero dramático, elementos épicos e líricos. Em Aisthesis ou conhecimento por meio dos sentidos, a aisthesis é compreendida como fenômeno no âmbito da relação teatral, articulando-se em conformidade com a recepção. Em lugar da peripécia da dramaturgia clássica, tem-se na leitura do espectador uma série de peripécias de intenções e sentidos, as quais agem nas instâncias receptivas a partir da sensorialidade, num processo que vai culminar na cognição e na emoção do espectador, tanto pelo que a cena mostra quanto pelo que apenas sugere à sua imaginação.
    No capítulo Catharsis ou purgação das emoções, a catharsis é considerada a luz do processo de identificação e distanciamento do fenômeno teatral. À tradicional noção em Aristóteles sobrevém a acepção do conceito que se fez sentir posteriormente, como associação à liberdade de julgamento e ao prazer catártico. Como acontece no efeito estético descrito na obra de Proust, a percepção teatral oscila entre dimensão ficcional e o estatuto da performance. Assim, a experiência estética induz o espectador à reflexão acerca do percebido e detém em si a força de alterar a percepção das coisas e potencialmente modificar a realidade, mesmo que à distância do fenômeno artístico. Em Estética teatral contemporânea, o autor relaciona manifestações presentes no contexto artístico contemporâneo. Longe de ser caracterizada apenas pela temática, a diversidade da representação teatral é tratada em sua estreita ligação com a intertextualidade e o hibridismo das formas, onde é apresentado um esboço do quadro geral da estética na atualidade a partir das relações entre realidade e mestiçagem de estilos.

FONTE: cascavel.ufsm.br

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